Palavras de maledicência, de difamação, de julgamento, e tantas outras, são maneiras de tocar no ungido do Senhor.

Após ter abençoado o povo, Davi foi ao encontro de sua família para abençoá-la. Ele estava radiante, muito feliz mesmo, porque a presença de Deus estava de volta ao lugar onde deveria estar, e entendeu que a benção do Senhor deveria encher a sua casa também. Mas, ao chegar lá, Davi foi afrontado pela esposa que o atingiu com palavras ferinas.

“Voltando Davi para abençoar a sua casa, Mical, a filha de Saul, saiu a encontrar-se com ele, e lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre um vadio qualquer!(2Sm.6:20).

Mical agrediu ao esposo, ao compará-lo aos homens vadios e pervertidos da cidade. Ela o colocou na posição de vagabundo, de maligno, e não, de ungido do Senhor.

Nenhum dos cônjuges tem o direito de desrespeitar a pessoa do companheiro, muito menos cônjuge de ungido do Senhor.

Ao atingir o esposo na posição de ungido do Senhor, Mical tocou na unção que sobre ele estava, impediu que a bênção de Deus fosse declarada sobre a família, gerou um clima de grande mal estar emocional e espiritual, foi instrumento nas mãos do espírito de ciúme, e colheu as conseqüências de seus atos.

Mical lançou palavras de maldição sobre um homem que levava sobre si como manto uma estola sacerdotal. Ele era alguém escolhido pelo Senhor, ungido como rei três vezes, um profeta salmista, um sacerdote da adoração, um homem a respeito de quem Deus declarara ser segundo o Seu coração. Grande loucura cometeu essa esposa.

Há esposas, esposos, filhos, pais e tantos outros, que têm tocado nos ungidos do Senhor com atitudes de coração. Como a boca fala do que o coração está cheio, eles terminam por falar, como o fez a esposa de Davi. E depois não sabem por que as coisas estão más em sua vida.

Outro louco foi Simei.

Quando o rei Davi estava fugindo da presença de seu filho Absalão, que se levantara para usurpar-lhe o trono, passou por uma região onde morava um parente de Saul chamado Simei. Observe o que diz a narrativa bíblica.

“Tendo chegado o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da família de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera; saiu, e ia amaldiçoando.

Atirava pedras contra Davi e contra todos os seus servos; ainda que todo o povo e todos os valentes estavam à direita e à esquerda do rei.

Amaldiçoando-o dizia Simei: Fora daqui, fora, homem de sangue, homem de Belial;

O SENHOR te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, cujo reino usurpaste, já o entregou nas mãos de teu filho Absalão; eis-te agora na tua desgraça, porque és homem de sangue” (2Sm. 16:5-8).

Simei tocou no ungido do Senhor através de pré-julgamentos, lançando pedras e terra contra ele, e através de palavras amaldiçoadoras e injuriosas.

A Bíblia nos fala também sobre uma atitude inadequada emitida por Miriã e Arão, contra o líder Moisés. Eles o confrontaram, segundo eles, por causa da mulher etíope que ele tomara. O motivo que estava no coração para o confronto, não fora verdadeiramente esse, mas sim, uma inveja ministerial. Observe na narrativa do texto o que eles disseram, o que Deus lhes disse, e o que aconteceu a eles como punição divina.

“’Miriã e Arão começaram a criticar Moisés porque ele havia se casado com uma mulher etíope. “Será que o SENHOR tem falado apenas por meio de Moisés?”, perguntaram. Também não tem ele falado por meio de nós?” E o SENHOR ouviu isso.

Imediatamente o SENHOR disse a Moisés, a Arão e a Miriã: “Dirijam-se à Tenda do Encontro, vocês três”. E os três foram para lá. Então o SENHOR desceu numa coluna de nuvem e, pondo-se à entrada da Tenda, chamou Arão e Miriã. Os dois vieram à frente, e ele disse. ... Por que não temeram criticar meu servo Moisés?”

Então a ira do SENHOR acendeu-se contra eles, e ele os deixou.

Quando a nuvem se afastou da Tenda, Miriã estava leprosa’” (Nm.1’2:1,2,4,5,8b-10).

Ao ir-se Deus, sobrou para a profetisa Miriã lepra e reclusão vergonhosa, e para o sacerdote Arão vergonha e conturbação. Se não fora a intercessão de Moisés, e a misericórdia de Deus, ela teria morrido podre.

O fato de alguém ser usado por Deus, não o habilita a levantar-se em confronto acintoso contra o ungido do Senhor, não. Deus não aceita ser confrontado por ninguém.

Deus tomou posição a favor de Moisés e o cobriu com a sua autoridade. Deus cobre os ungidos.

Quem afronta o líder a quem Deus ungiu e estabeleceu, afronta ao próprio Deus, e não fica impune. É uma questão de princípio de autoridade.

À semelhança de Mical, de Simei, de Coré, Datã e Abirão, de Miriã e de Arão, muitos se têm tornado agentes de maldição na vida de ungidos do Senhor. Têm tocado neles, e sido seriamente punidos. Deus é sério naquilo que estabelece.

Há uma poderosa lei que opera tanto na dimensão física, quanto na espiritual, que é inexorável: “Aquilo que o homem semear, isto também ceifará”(Gl.6:7). E o corolário desta lei é: “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará”(2 Co.9:6).

Além da lei da semeadura no que se refere à colheita, há a questão da fertilidade do terreno. Bom terreno viabiliza boa colheita quando associado à qualidade e à quantidade da semente.

Ungido é um terreno fértil, por ser um pertence de Deus. Se alguém investir nele abundantes atitudes de desrespeito, colherá uma boa dose de maldição.

Há, com certeza, colheita garantida para cada tipo de palavra que dissermos e de atitude que praticarmos. A colheita será proporcional à quantidade de palavras e atitudes emitidas, mas com certeza haverá colheita.

Uma pergunta: o que tem sido plantado em relação a ungidos do Senhor? Há uma colheita.

Quem planta crítica e julgamento colhe da parte de Deus a lepra que faz jus. Quem planta bênção na vida dos servos do Senhor, certamente abençoado será.

Há liderados que não abrem a boca para falar contra o seu líder, mas o atingem através de atitudes de desprezo no coração. Ao desprezarem o ungido, o estão desonrando, e tocando na unção.

Quando Davi estava festivamente trazendo a Arca do Senhor de volta a Jerusalém, sua esposa Mical, que não houvera ido participar da graça daquele momento, ficou da janela do seu palácio desprezando seu marido no coração, e assim tocou no ungido do Senhor. O texto declara:

“Então avisaram a Davi, dizendo: O SENHOR abençoou a casa de Obede-Edon e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus; foi, pois, Davi, e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edon, à cidade de Davi.Sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados.

Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido duma estola sacerdotal de linho.

Assim, Davi com todo o Israel, fez subir a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som de trombetas.

Ao entrar a arca do SENHOR na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela, e, vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do Senhor, o desprezou no seu coração” (2Sm.6:12-16).