“... óleo de alegria em vez de pranto...”(Is.61:3 b).

Choro é um indicador de ferida e de dor.

Há pessoas que estão chorando. Muitas delas nunca conseguiram estancar o seu pranto. Carregam em si, em forma de mágoas, as marcas dolorosas das feridas causadas por atitudes de outrem. Algumas choram por não terem perdoado a si mesmas por erros cometidos, enquanto que outras choram constantemente, por não terem declarado perdão aos seus ofensores. Porque não perdoam, carregam o ofensor dentro de si em forma de lembrança ressentida e magoada, como um morto a apodrecer. E choram o choro opressivo da dor na alma, o choro da angústia.

Outras choram as mazelas da vida, as traições, a rejeição, ou a perda de um ente querido. Mas sempre há gente chorando.

O choro é tratado com o “óleo da alegria”.

O óleo tem poder de penetração e de remoção das crostas que ressecam a alma. O óleo da alegria pode trazer cura à alma ferida.

O “óleo da alegria” é o remédio adequado ao tratamento das feridas que causam dor e pranto.

A “alegria” no coração é o óleo liberado pela presença de Deus na vida das pessoas, e pela unção divina que flui dos consoladores. Neemias declarou ao povo de Israel que “A alegria do Senhor é a nossa força” (Ne.8:10).

Quando o “óleo da alegria” é liberado, a pessoa é fortalecida, o pranto estanca, a dor sai, e a ferida é curada.

O óleo da alegria faz o cálice da personalidade transbordar da vida que vem do próprio Deus.

O “óleo da alegria” vem como unção divina. O salmista declarou: “Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros” (Sl.45:7).

... e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas,...”(Is. 61:3 a).

O profeta declarou que há pessoas enlutadas, com suas cabeças cobertas com a cinza da tristeza, como sinal do seu luto, como marca de um grande sentimento de perda. Os cabelos estão desgrenhados, um grande vazio tem marcado o coração, e se estabelecido um profundo sentimento de perda de sentido de vida.

É nesta hora que os ungidos do Senhor poderão agir com eficácia, levando ao enlutado um pouco de alento que o irá arrancar da cinza e do pranto. Mas essa tarefa deve ser executada em sabedoria vinda de Deus.

“Cinza” é símbolo de abatimento; um sinal de dor profunda.

“Coroa” fala de autoridade, de realeza, de beleza.

“Luto” fala de perda, de morte, de separação brusca.

Não fomos chamados por Deus para colocar cinza na cabeça das pessoas, mas, a indicar a elas que há uma saída, que há a coroa da autoridade, e ajudá-las a triunfarem sobre as adversidades, administrando-as.

O consolador ungido chama a si os enlutados e os ministra em amor, ajudando-os a tomarem controle sobre a situação, e sobre seus pensamentos e sentimentos, a fim de que não venham se debater e sucumbir ante o fardo da dor. Ao usarem a “coroa da autoridade” que Jesus entregou, é possível aos enlutados vencerem e subjugarem o luto, a cinza e a perda, e darem a volta por cima da situação.

A Bíblia nos fala sobre a morte de Lázaro, uma experiência de perda, luto e dor profunda. Jesus fora avisado da enfermidade de seu amigo, entretanto, se demorara por um pouco a ir a Betânia. Quando o Mestre chegou lá, Lázaro já houvera morrido e sido sepultado. Na casa de Marta e Maria só havia grande tristeza, e um grupo de judeus que haviam ido visitar as irmãs de Lázaro, para confortá-las pela perda do irmão. Todavia, tudo o que eles sabiam fazer era chorar com elas. Ao saber que Jesus estava chegando ao povoado, Marta levantou-se, partiu em direção ao Senhor, enquanto que Maria permaneceu prostrada no chão, sufocada pela angústia do seu coração.

Marta estava começando a administrar o sentimento de perda, enquanto que Maria permanecia esmagada por ele. Depois de conversar com Marta, Jesus mandou um recado para Maria. Disse Marta à sua irmã:“O Mestre está aqui e está chamando você”. Ela levantou-se e foi encontrá-Lo. Por que será que Jesus não foi ao encontro de Maria em sua casa? Porque Jesus entendeu que Maria precisava assumir atitudes adequadas em relação à perda que sofrera, a fim de superá-la. Se Ele tivesse ido ao encontro dela, com certeza ela permaneceria prostrada no chão, chorando e lamentando. Mas, o que Jesus queria naquela hora era suscitar nela um novo posicionamento frente à morte, à perda, ao luto. Jesus estava ajudando-a a erguer-se. Ele estava colocando sobre a cabeça de Maria uma coroa. Verdadeiramente a cinza saiu, e a coroa ocupou seu lugar.

Os enlutados devem ser chamados a erguerem-se na autoridade de Jesus, e reinarem sobre a perda, sobre o luto e sobre a dor, e contemplarem a beleza da vida, mesmo em meio à ausência do ente querido, ou do pertence perdido.

O ungido é um operário da consolação. Ele ajuda as pessoas a trabalharem as perdas, a verem o fato por um novo prisma, a fazerem uma nova leitura da situação, a darem um novo significado à experiência.

A unção agindo na alma das pessoas as capacita a serem vencedoras.

A depressão tem sido a enfermidade a assolar um número assombroso de pessoas em todo o planeta terra, e em todas as idades e camadas sociais, carreando uma soma milionária de recursos financeiros dos cofres das nações e dos bolsos das pessoas. As pesquisas têm demonstrado que além dos gastos financeiros, e das interferências no trabalho e no relacionamento familiar, a depressão é a causa de morte, por suicídio, de pelo menos quinze por cento das pessoas depressivas, por perda do sentido de existir.

O medo tem sido também um agente de aflição para a maioria das pessoas, a ponto de muitas delas terem até medo de ter medo. Lidamos com um senhor que não erguia os olhos para contemplar o horizonte, porque tinha medo de fazê-lo.

As perdas são outro fator causador de desespero, porque muita gente não consegue administrá-las mais prontamente, vindo a sucumbir.

As causas do pranto e da dor são diversas, mas todos os que choram necessitam de serem consoladas.

Há no ungido a unção divina que o capacita a liberar consolo para os abatidos, chorosos, angustiados, deprimidos, medrosos e aflitos. O apóstolo Paulo ensinando sobre as tribulações afirmou:

“Glória a Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai misericordioso e Deus de toda consolação. Deus nos consola quando estamos em dificuldades, para que nós também possamos consolar àqueles que estão em dificuldades, com as mesmas consolações que Deus nos dá”(2Co.1:3,4).

Confortar é tornar alguém forte, é dar força. Consolar é aliviar a aflição. Os consoladores são responsáveis pelo fortalecimento e consolo de pessoas. Foi para isto que o Pai Eterno os convocou, os ungiu e os capacitou.

Em todos os lugares há tristeza, choro, cinza e pranto.

Há pessoas que estão vivendo em cativeiro, e precisam de libertação. Muitas delas estão escravas do domínio de espíritos familiares, outras estão sob maldições lançadas por alguém, ou até debaixo de maldições auto-impostas, e em nossos dias, um grande percentual de delas vive debaixo da opressão das fobias diversas e, sobretudo, da síndrome do pânico. Todas precisam de libertação.

Algumas há que estão com o seu espírito e a sua alma enclausurados em prisão, por terem vivido experiências traumáticas em determinada etapa do seu existir. Por isso, não conseguem fluir na vida. Mas, a unção quebra todo jugo que exista, e as arranca da escravidão.

O cativeiro é vencido pela unção. Quando a unção age, a opressão cessa e a libertação acontece.

Ao repousar sobre alguém, a unção de Deus o transforma em um agente de libertação.

Sempre há enfermos precisando de cura. Sempre há pessoas necessitadas de um milagre do Senhor. Por onde Jesus andou, ele encontrou muitas pessoas doentes ou enfermas e as curou, porque sobre ele repousava a unção do Espírito Santo.

A unção que repousa sobre alguém tem o poder de trazer cura para os enfermos e doentes. O ungido do Senhor sempre opera em fé. Jesus declarou: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: .... se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados” (Mc.16:17).

A unção opera milagres extraordinários.

A unção capacita o ungido a pregar “boas – novas”. Boas notícias devem sempre fluir dos lábios daquele que carrega em si a unção do Santo.

As boas – novas têm o poder de transformar pessoas, porque elas operam no coração e mudam a realidade dos pobres de vida eterna, dos pobres de paz, dos pobres de alegria, dos pobres da graça de Deus.

O pregador das boas - notícias apresenta às pessoas o ano da bondade do Senhor, o qual concede a salvação a tantos quantos queiram dela se apropriar num ato de fé, mas apresenta também o dia da vingança de Deus, o dia do acerto de contas, como uma chamada à reflexão, ao arrependimento e confissão, e à salvação.

Ungidos do Senhor não são pregoeiros de desgraça, nem proclamadores de palavras de maldição. Devem sempre ser mensageiros da palavra de vida.

Ao falar profeticamente sobre Jesus, o profeta Isaias declarou:

“O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas- novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram, e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória”(Is.61:1-3).

Como Corpo de Cristo, temos a mesma “unção” divina que estava sobre Jesus, para sermos instrumentos do agir de Deus na vida das pessoas. Assim como o Pai Eterno ama a Jesus, também nos ama. Com o mesmo tipo de amor e com a mesma intensidade. Como é com o amor, é também com a unção. A mesma unção que repousou sobre Jesus Cristo, enquanto esteve aqui na terra, também repousa sobre nós, o seu Corpo.

“Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”(1Cr.16:22).

Ungido do Senhor é, sobretudo, aquele sobre quem repousa a unção divina, por ter sido escolhido soberanamente por Deus para o desempenho de uma tarefa especial. Como dissemos, a unção repousa sobre alguém e o envolve, quando o óleo da unção é derramado sobre ele.

O azeite é símbolo do Espírito Santo. Quando o óleo da unção é colocado, o Espírito Santo repousa como unção de Deus sobre aquele que foi ungido, e este passa a ser um ungido do Senhor. Foi o que aconteceu com o jovem Saul e com Davi, quando o profeta Samuel os ungiu.

“Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou e disse: Não te ungiu, porventura, o SENHOR por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?”(1Sm. 10:1).

“Tomou Samuel o chifre do azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apossou de Davi”(1 Sm. 16:13).

Falando a respeito da igreja como corpo de Cristo, o apóstolo Paulo afirmou: “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos ungiu, é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações”. (2Co.1:21,22)

O ungido do Senhor não é escolhido pela aparência, ou pelos dotes físicos ou financeiros. O que Deus leva em consideração na escolha é o conteúdo do coração. Um coração moldável ao coração do Pai.

Quando o profeta Samuel chegou à casa de Jessé, o belemita, para ali ungir àquele que Deus havia escolhido como rei em lugar do já desqualificado Saul, ele se deixou mover pela beleza e pelo porte atlético de Eliabe, e pensou estar diante do escolhido por Deus. Mas, Deus o exortou dizendo que o que conta para Ele não é a aparência exterior, e sim, o conteúdo do coração. Com base nessa visão foi que o adolescente Davi foi ungido rei, para suceder a Saul no trono da nação de Israel. Observe o que disse o Senhor Deus ao profeta.

“Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei, porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração. Tomou Samuel o vaso do azeite, e o ungiu no meio dos seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apossou de Davi”(1 Sm.16:7,13

Consagração é uma dedicação para uso exclusivo de Deus.

A consagração sacerdotal acontece quando o escolhido é separado, e sobre sua cabeça é derramado o óleo da unção, por outra autoridade sacerdotal. O ungido, agora consagrado, passa a ser uma propriedade exclusiva de Deus. A determinação de Deus a Moisés, a respeito da consagração sacerdotal de Arão e de seus filhos, foi a seguinte:

“... tomarás o óleo da unção, e lho derramarás sobre a cabeça; assim o ungirás”(Ex. 29:29:7).

“As vestes santas de Arão passarão a seus filhos depois dele, para serem ungidos e consagrados nelas”.

(Ex. 29:29)

“Vestirás a Arão teu irmão, bem como a seus filhos; e os ungirás, consagrarás e santificarás, para que me oficiem como sacerdote”(Ex. 28:41).

O consagrado ao Senhor não se pertence mais, é um pertence de Deus. Sobre o ungido se estabelece o senhorio de propriedade por parte daquele que o escolheu, o ungiu, e dele se apropriou.

O ungido do Senhor é consagrado com um fim específico. E esta finalidade será o que determinar o Senhor. Deus especificou o propósito da unção na vida dos filhos do sacerdote Arão.

“... dos filhos de Arão, dos sacerdotes ungidos, consagrados para oficiar como sacerdotes”(Nm.3:3).

Cada consagração tem uma unção específica e um propósito determinado. Falando sobre Jesus, o profeta Isaías declarou:“... O SENHOR me ungiu para...”(Is. 61:1). Ao dizer, “para”, o profeta estava falando sobre o objetivo da unção. Não existe unção sem propósito.

É tarefa do ungido sempre agir dentro do propósito da unção que sobre si repousa, a fim de que honre a Deus que o escolheu e o ungiu, cumpra as tarefas do seu chamado e seja um canal da bênção de Deus na vida das pessoas.

O ungido do Senhor não pode perder de vista o objetivo para o que foi ungido. Falando sobre isso, apóstolo Paulo declarou enfaticamente: “Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu não venha a ser desqualificado”. Quando perde a visão do propósito, o ungido se torna um desqualificado semelhante a Sansão

Em 2010 teremos:

"Como em Pentecostes": Um encontro de avivamento

De 10 e 11 de abril

Tema: Marcados pela Glória de Deus

palestrantes:

Pr. Rito Gomes , Igreja Casa da Bênção

Pr. Martinho e Pastora Jane

(Lideres da Igreja Restauração e Unção Profética em Feira de Santana)

Há uma forte relação entre unção e adoração.

Quanto mais nos envolvemos com Deus em adoração, maior é o fluir da unção de Deus em nosso coração, como adoradores.

Em uma vigília Deus falou dizendo: “O nível de unção é determinado pelo nível de adoração. Quero derramar mais unção, me adorem mais”.

Adorar é ministrar ao coração de Deus através de expressões sinceras que exaltem a Sua pessoa.

Adorar é tocar o coração de Deus com o amor do nosso coração. Amor, que não é outra coisa senão, o próprio amor de Deus que é trazido a nós pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo declarou: “... Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu”(Rm. 5:5).

Adorar é namorar Deus com fogo no coração. A Bíblia diz que Enoque andava com Deus. Era um namoro eterno, a ponto de ter sido trasladado para o céu numa das caminhadas de amor.

No encontro de amor a unção divina é fluente, porque é encontro com o Senhor, e Ele é a própria unção que se derrama no coração do adorador.

Certa vez, quando Moisés e Arão saíram da Tenda do Encontro, abençoaram o povo e a glória do Senhor apareceu a todos eles. Naquele instante saiu fogo da presença do Senhor e consumiu totalmente o holocausto e as gorduras que estavam sobre o altar. Quando o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se rosto em terra, em adoração ao Senhor que lhes aparecera.

A adoração traz a presença de Deus ao lugar onde Ele está sendo adorado, e a presença de Deus libera a unção que torna viva e fluente a adoração.

A adoração verdadeira não depende de lugar específico, nem de fórmulas religiosas de cultuar a Deus. A adoração deve se dar agora, em espírito e em verdade, e de forma continuada e espontânea.

Adorar é, portanto, um estilo de vida, e não um acontecimento de um momento apenas. Jesus declarou que o Pai está buscando adoradores, e não simples adoração. Quando Ele encontra na pessoa um coração de adorador, Ele recebe adoração a todo instante, porque todas as ações são feitas como uma expressão de adoração a ele e em fluente unção. Adoração é a mais profunda expressão de amor que alguém pode entregar a Deus. Deus está buscando gente que seja o templo e a própria canção de Deus.

Segundo Ana Méndez Ferrell, “Adorar não é cantar, é literalmente converter-se no altar de onde nasce o rio de Deus. Não é algo que se possa fazer, é algo no qual você tem que se transformar”.

A adoração traz a unção, e a unção faz fluir adoração verdadeira.

O FRUTO DA UNÇÃO

Quando Deus escolhe a alguém, dentro do seu propósito, para executar uma tarefa específica, Ele separa a pessoa dentre as outras, a habilita para a execução do que for determinado, altera-lhe a visão de vida, estabelece novos propósitos, e a ensina a ser aquilo para o qual Ele a tem escolhido.

A UNÇÃO ESTABELECE UMA NOVA IDENTIDADE.

A unção faz com que a pessoa passe a ser aquilo para o que foi ungida. Saul, Davi e tantos outros foram reconhecidos como reis, profetas, sacerdotes, e não mais como simples pessoas comuns, depois de terem recebido sobre si o azeite da unção. Eram ungidos do Senhor. A partir do momento em que foram ungidos, eles foram considerados por todos como homens de Deus. Um exemplo disto é Moisés, o qual, na Bíblia, é sempre chamado como “Moisés, homem de Deus”. Assim foi também com Elias, com Elizeu e com os demais profetas.

A UNÇÃO CONCEDE AUTORIDADE.

Há uma investidura de autoridade na vida daquele que foi escolhido pelo Senhor e sobre quem foi derramado o óleo da unção. A partir desse momento a pessoa deve ser vista e respeitada como ungida do Senhor, portadora de autoridade delegada por Deus.

“Todos ficavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade.....Todos ficaram admirados, e diziam uns aos outros: ‘Que palavra é esta? Até aos espíritos imundos ele dá ordens com autoridade e poder, e eles saem’”(Lc. 4:32,36).

Esse foi o depoimento do povo sobre Jesus, o ungido do Senhor, no desempenho da unção.

A UNÇÃO CAPACITA PARA A TAREFA.

A unção estabelece capacitação para a execução das tarefas a que o chamado determina.

A unção traz em si não somente a capacitação para se realizar algo, ela traz em si também todos os recursos e condições que se fizerem necessários à execução do chamado.

Quando Deus falou a Moisés que construísse o Tabernáculo no deserto, Ele também chamou pessoas para que executassem a obra, com maestria.

“Disse mais o SENHOR a Moisés:Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência, e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhos em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores. .....e dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado”(Êxodo 31:1-6).

Para que haja a execução competente da obra do Senhor é necessário que, primeiro, a pessoa seja escolhida por Deus, e depois, que seja cheia do Espírito Santo, só assim estará capacitada para a obra.

Os talentos naturais, concedidos pelo Pai Eterno no momento da concepção, recebem a ação poderosa do Espírito Santo quando Lhe são ofertados, e se desenvolvem de forma especial, viabilizando competência maior. O texto bíblico citado declara que Deus chamou homens hábeis e os capacitou com habilidade maior para que a obra fosse executada segundo o modelo visto por Moisés.

Quando Deus escolhe a alguém Ele se torna responsável pelo escolhido, e lhe entrega o que se fizer necessário à execução da tarefa.

A UNÇÃO ESTABELECE UMA NOVA POSIÇÃO.

Qualquer função para a qual Deus tenha chamado a alguém vai determinar uma posição. Quando a unção é liberada ela estabelece uma nova posição, com uma nova função. E a posição requer atitudes adequadas à função.

Quando Deus contempla o ungido sempre o vê de acordo com a posição que o chamado estabelece, e requer dele os desempenhos que façam jus ao chamado.

A UNÇÃO PROPORCIONA TRANSFORMAÇÃO NO CARÁTER.

O fruto do Espírito Santo é o que deve ser manifesto pelos ungidos do Senhor. “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, domínio próprio”(Gl. 5:22,23), são as atitudes que expressam o caráter de Cristo, e que devem ser, também, aspectos do caráter dos que são do Senhor.

Cada servo de Deus deve ter um caráter cada vez mais assemelhado ao caráter do Senhor Jesus, por identificar-se com Ele a cada dia e imitá-lo, como fazia o apóstolo Paulo. Ele disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1 Co. 11:1).

O apóstolo João declarou: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”(1 Jo.2:6).

O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios os convocou a serem imitadores de Deus ao dizer: “Sede pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor...”

(Ef. 5:1,2 a).

A unção estabelece, portanto, o modo de viver segundo o Espírito Santo.

O profeta Samuel quando ungiu a Saul como rei assim declarou: “O Espírito do Senhor Deus se apossará de ti,....e tu serás mudado em um outro homem”(1 Sm. 10:6). Um homem novo, um homem diferente, é o que deve ser aquele que pertence a Deus. Um homem que pensa e age pelo prisma divino, homem que vive na terra com uma visão celestial.

A UNÇÃO LIBERA O PODER QUE QUEBRA GOVERNOS E DESTRÓI JUGOS INADEQUADOS.

O profeta Isaías declarou: “E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e seu jugo, do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção”(Is.10:27).

Não há jugo humano ou maligno que resista ao poder que repousa na unção que de Deus vem sobre alguém. A unção é um poderoso instrumento de libertação.

Quando o profeta Eliseu estava de volta do Jordão, cheio do Espírito Santo, se deteve por um pouco na cidade de Jericó. Ao saberem que o recém-ungido profeta estava ali, veio a ele uma comitiva de líderes da cidade trazendo-lhe a seguinte questão: “Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra é estéril” (2 Reis 2:19). Ao ouvir isto o profeta Eliseu lhes disse: “Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal”(2 Reis 2:20). A seguir o homem de Deus se dirigiu á nascente das águas amargas, e derramou o sal nela dizendo: “Assim diz o Senhor: Tornei saudáveis a estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade”(2 Reis 2:21). Após essa declaração, as águas amargas foram transformadas em águas saudáveis, e a terra ganhou fertilidade.

A unção divina fluindo através de alguém, quebra qualquer tipo de jugo, e proporciona transformação profunda.

A UNÇÃO PRODUZ OUSADIA NA EXECUÇÃO DAS TAREFAS.

Os medrosos apóstolos de Jesus foram transformados em valentes pregadores, ao terem sido cheios do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, quando se cumpriu a promessa que Jesus fizera de enviar o Espírito Santo como o outro consolador. A partir daquele glorioso momento não houve mais temor em seus corações, mas somente coragem. Eles enfrentaram a fúria dos religiosos, o ódio dos homens comuns e dos reis destemidamente, a ponto dos próprios acusadores reconhecerem o envolvimento deles com Jesus.

“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At. 4:13).

A UNÇÃO PRODUZ MILAGRES.

A marca da vida de Jesus, ao andar aqui na terra, foi milagres e prodígios, por estar cheio do Espírito Santo.

Falando sobre a pessoa de Jesus, o Ungido, e sobre o seu desempenho ministerial, o apóstolo Pedro declarou: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;”(Atos 10:38).

O que aconteceu com Jesus, também acontece com aqueles que receberam as capacitações divinas. O próprio Jesus disse que fariam obras maiores que ele, porque ele iria para o Pai e rogaria o envio do outro consolador, o Espírito da verdade.

A UNÇÃO TRAZ A NÓS O

SOBRENATURAL DIVINO.

A unção, operando, faz o sobrenatural ser algo natural na vida do ungido, e através dele. Uma afinidade profunda se estabelece entre o ungido e a unção, a ponto dele fluir na unção, em tudo o que faz, e a qualquer momento. Enquanto se mantiver na obediência ao seu Senhor o fluir é contínuo. Era o que acontecia na vida dos apóstolos.

“Os apóstolos realizavam muitos sinais e maravilhas entre o povo. Todos os que creram costumavam reunir-se no Pórtico de Salomão. ... Em número cada vez maior, homens e mulheres criam no Senhor e lhes eram acrescentados, de modo que o povo também levava os doentes às ruas e os colocava em camas e macas, para que pelo menos a sombra de Pedro se projetasse sobre alguns, enquanto ele passava. Afluíam também multidões das cidades próximas a Jerusalém, trazendo seus doentes e os que eram atormentados por espíritos imundos, e todos eram curados” (At.5:12,14-16).

Quando Deus libera a sua unção sobre alguém, ele está estabelecendo uma obrigação, mas também está concedendo honra ao seu ungido, por ser um privilégio estar a serviço do Todo-Poderoso. Aliado à obrigação e à honra, Deus estabelece um cerco de proteção como uma defesa.

Ao honrar o ungido, Deus está honrando a unção. Ao proteger o ungido, Deus está protegendo a unção que sobre ele repousa, porque unção e ungido são intocáveis.

Ao ungido compete lidar humildemente com a honra que advém do chamado divino, a fim de que não seja destroçado pelo orgulho.

( Autor: Apóstolo Rubem Cavalcante)