O profeta declarou que há pessoas enlutadas, com suas cabeças cobertas com a cinza da tristeza, como sinal do seu luto, como marca de um grande sentimento de perda. Os cabelos estão desgrenhados, um grande vazio tem marcado o coração, e se estabelecido um profundo sentimento de perda de sentido de vida.

É nesta hora que os ungidos do Senhor poderão agir com eficácia, levando ao enlutado um pouco de alento que o irá arrancar da cinza e do pranto. Mas essa tarefa deve ser executada em sabedoria vinda de Deus.

“Cinza” é símbolo de abatimento; um sinal de dor profunda.

“Coroa” fala de autoridade, de realeza, de beleza.

“Luto” fala de perda, de morte, de separação brusca.

Não fomos chamados por Deus para colocar cinza na cabeça das pessoas, mas, a indicar a elas que há uma saída, que há a coroa da autoridade, e ajudá-las a triunfarem sobre as adversidades, administrando-as.

O consolador ungido chama a si os enlutados e os ministra em amor, ajudando-os a tomarem controle sobre a situação, e sobre seus pensamentos e sentimentos, a fim de que não venham se debater e sucumbir ante o fardo da dor. Ao usarem a “coroa da autoridade” que Jesus entregou, é possível aos enlutados vencerem e subjugarem o luto, a cinza e a perda, e darem a volta por cima da situação.

A Bíblia nos fala sobre a morte de Lázaro, uma experiência de perda, luto e dor profunda. Jesus fora avisado da enfermidade de seu amigo, entretanto, se demorara por um pouco a ir a Betânia. Quando o Mestre chegou lá, Lázaro já houvera morrido e sido sepultado. Na casa de Marta e Maria só havia grande tristeza, e um grupo de judeus que haviam ido visitar as irmãs de Lázaro, para confortá-las pela perda do irmão. Todavia, tudo o que eles sabiam fazer era chorar com elas. Ao saber que Jesus estava chegando ao povoado, Marta levantou-se, partiu em direção ao Senhor, enquanto que Maria permaneceu prostrada no chão, sufocada pela angústia do seu coração.

Marta estava começando a administrar o sentimento de perda, enquanto que Maria permanecia esmagada por ele. Depois de conversar com Marta, Jesus mandou um recado para Maria. Disse Marta à sua irmã:“O Mestre está aqui e está chamando você”. Ela levantou-se e foi encontrá-Lo. Por que será que Jesus não foi ao encontro de Maria em sua casa? Porque Jesus entendeu que Maria precisava assumir atitudes adequadas em relação à perda que sofrera, a fim de superá-la. Se Ele tivesse ido ao encontro dela, com certeza ela permaneceria prostrada no chão, chorando e lamentando. Mas, o que Jesus queria naquela hora era suscitar nela um novo posicionamento frente à morte, à perda, ao luto. Jesus estava ajudando-a a erguer-se. Ele estava colocando sobre a cabeça de Maria uma coroa. Verdadeiramente a cinza saiu, e a coroa ocupou seu lugar.

Os enlutados devem ser chamados a erguerem-se na autoridade de Jesus, e reinarem sobre a perda, sobre o luto e sobre a dor, e contemplarem a beleza da vida, mesmo em meio à ausência do ente querido, ou do pertence perdido.

O ungido é um operário da consolação. Ele ajuda as pessoas a trabalharem as perdas, a verem o fato por um novo prisma, a fazerem uma nova leitura da situação, a darem um novo significado à experiência.

A unção agindo na alma das pessoas as capacita a serem vencedoras.