A Bíblia afirma que “Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e que não peque”(Ec.7:20). Mas afirma também que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”(1Jo.1:9).

Todo ungido do Senhor deve zelar da unção que repousa sobre si, a fim de que não venha a ser considerado como um desqualificado, tanto por Deus, quanto pelos homens. Mas ungido também erra.

A unção de Deus colocada sobre alguém é para ser respeitada pelas pessoas, e pelo próprio ungido. Mas há ungidos que têm cometido atitudes erradas e nelas permanecido, maculando a unção que sobre ele repousa.

O rei Davi viveu momentos assim, quando cometeu adultério com Bate-Seba, e quando provocou a morte de Urias. Permaneceu endurecido, sem arrependimento, até ter sido confrontado pelo profeta Natã.

Deus declarou através do profeta que o rei Davi o houvera desprezado, ao emitir as atitudes erradas que praticara. E o profeta Natã disse a Davi que ele houvera insultado a Deus com o seu pecado.

“Por que você desprezou a palavra do SENHOR, fazendo o que ele reprova? Você matou Urias, o hitita, com a espada dos amonitas e ficou com a mulher dele. ... você me desprezou e tomou a mulher de Urias, o hitita, para ser sua mulher. .... O senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino morrerá”(2Sm.12:9,10,13,14).

Deus fora desonrado e insultado, quando o rei desonrou a unção que sobre ele estava.

Todos somos passivos de errar, mas não podemos fazer do erro uma maneira de viver, uma prática rotineira, sobretudo, aquele que é um ungido do Senhor. A quem mais foram dados conhecimento e responsabilidade, mais se cobrará. Quando houver algum erro, a atitude correta a ser praticada por qualquer pessoa, e em especial pelos ungidos do Senhor, é a convicção de pecado, o arrependimento e a confissão dele a Deus, e à pessoa contra que se errou, apropriação do perdão de Deus, e retomada das atitudes que agradem ao Senhor. E Deus restaurará a seu ungido. Foi assim com o Sumo-Sacerdote Josué na visão do profeta Zacarias.

“Ora, Josué trajado de vestes sujas, estava diante do anjo.

Tomou este a palavra, e disse aos que estavam diante dele: tirai-lhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de finos trajes... Assim diz o SENHOR dos Exércitos: se andares nos meus caminhos, e observares os meus preceitos, também tu julgarás a minha casa, e guardarás os meus átrios, e te darei livre acesso entre os que aqui se encontram”(Zc.3:3,4,7).

Ungido erra, mas se deliberar permanecer no erro, Deus o destruirá, por causa da unção. Um exemplo disso é o que aconteceu ao rei Saul; o Espírito de Deus se retirou dele e ele foi fragorosamente derrotado no campo de batalha e morto.

Outro exemplo claro foi o que aconteceu à família do sacerdote Eli. Os seus filhos, também sacerdotes, deram-se à pratica desenfreada do pecado, escandalizaram o ministério sacerdotal, desrespeitaram a unção, não se arrependeram, e como conseqüência, todos foram mortos no mesmo dia. Além disso, provocaram a morte súbita do pai e da esposa de um deles com a chegada da notícia funesta, e tiveram a família removida do ofício sacerdotal para o qual fora designada por Deus.

“E o SENHOR disse a Samuel:Vou realizar em Israel, algo que fará tinir os ouvidos de todos os que ficarem sabendo. Nessa ocasião executarei contra Eli tudo o que falei contra sua família, do começo ao fim. Pois eu lhe disse que julgaria sua família para sempre, por causa do pecado dos seus filhos, do qual ele tinha consciência; seus filhos se fizeram desprezíveis, e ele não os puniu. Por isso jurei à família de Eli: jamais se fará propiciação pela culpa da família de Eli mediante sacrifício ou oferta”(1Sm.3:11-14).

Quando Deus fala ao homem sobre o seu pecado, e este não leva em conta o que ouviu, Deus executa a sentença determinada. Foi o que aconteceu a esta família sacerdotal.

“O mensageiro respondeu: Israel fugiu dos filisteus, e houve grande matança entre os soldados. Também os seus dois filhos, Hofni e Finéias, estão mortos, e a arca de Deus foi tomada.

Quando ele mencionou a arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, ao lado do portão, quebrou o pescoço, e morreu, pois era velho e pesado. Eli liderou Israel durante quarenta anos.

Sua nora, a mulher de Finéias, estava grávida e perto de dar à luz. Quando ouviu a notícia de que a arca de Deus havia sido tomada e que seu sogro e seu marido estavam mortos, entrou em trabalho de parto e deu à luz, mas não resistiu às dores do parto”(1Sm.4:17-19).

.

Quando o ungido do Senhor peca e não se corrige, escandaliza o povo, e dá a Satanás o direito de fazer zombaria e de falar acusatoriamente.

Sansão foi outro ungido que não levou a sério o chamado e a unção que sobre ele repousava.

Deus houvera determinado aos israelitas que não se unissem em casamento com estrangeiros, nem se dessem a envolvimentos com prostitutas. Mas Sansão sempre se envolveu com o inadequado de forma tal, que terminou indo dormir nos braços de Dalila e ficar tão oprimido, a ponto de abrir-lhe totalmente o coração, e expor os segredos de Deus a respeito de sua vida.

O final de vida deste ungido do Senhor foi vergonhoso. Ocupou o lugar que pertencia aos bois, gastou as energias do corpo para servir de espetáculo público, ouviu as zombarias dos inimigos, manchou o que de Deus havia nele, e provocou de forma suicida a própria morte.

Ungido que não se respeita como ungido, não respeita a unção que sobre si está, e colhe como fruto da sua irresponsabilidade um final funesto.

A unção divina é algo sublime e muito delicado.

Ser ungido do Senhor é uma tarefa de grande responsabilidade e algo muito sério. Não se pode brincar de ser ungido, nem tão pouco lidar de forma irresponsável com a unção do Senhor.

Por serem a unção e o ungido algo tão sério, devem ser respeitados sempre.